quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

As cobranças do pré natal

Até que não descobri a gravidez muito tarde. Ouço muita gente dizer que veio saber com 3 meses e tal. Eu percebi com apenas um.

E aí você sabe, a gente descobre o resultado e começam as cobranças. No meu caso, muito mais por parte da minha mãe. "já marcou a consulta?" "menina, tá na hora de começar esse pré natal" "e a ultra, vai marcar pra quando?".

Odeio pressão. Qualquer forma de pressão. Mas entendo a preocupação de quem cobra.

Eu já me pressiono muito. Pode até não transparecer pra outras pessoas, mas eu me cobro, demasiadamente.

Quando soube dessa gestação me vieram muitas interrogações, medos, inseguranças. Eu precisava, desesperadamente, de alguém para me acalmar.

A gente sabe que nada nessa vida é certo, que por mais que queiramos acreditar no pra sempre, não é bem assim. Mas é verdade que essa ideia romântica nos tranquiliza.Tranquiliza porque pensamos em coisas boas quando planejamos o futuro de forma agradável. Nos tranquiliza porque pensar positivo deixa nosso coraçãozinho em paz. E eu sou uma pessoa que vive com o pensamento acelerado, pensando lá na frente. Se você me disser que vai construir uma casa, eu já imagino ela pintada, cercada, com 10 filhos lá dentro e um cachorro. E penso também que é bem perigoso morar em casa, que quando o marido viajar você vai ficar sozinha. Enfim, foi só uma metáfora fraca.

A gente se pergunta se vai dar conta: se o nosso organismo vai aguentar guardar um bebezinho; se o nosso casamento vai durar; se o pai será um pai presente ou vai cair fora quando cansar; se a ideia de família que temos vai se consolidar; se seremos boas mães; se saberemos administrar o trabalho, os cuidados com o bebê; se conseguiremos dormir, se temos alguma doença que pode passar pro nosso filho, se o parto vai dar certo ou ter uma complicação, se o neném está saudável.

As inquietações perturbam a nossa mente. E as cobranças afloram os nossos nervos, porque já estamos pressionadas o bastante.

Tudo que queremos é alguém para nos abraçar e confortar. Alguém pra dizer "eu tô aqui, não vou te deixar". Porque embora mágico, não é fácil descobrir que seremos mães. A responsabilidade grita.

Marquei, depois de algum tempo (precisei deixar a ficha cair um pouco mais) a primeira consulta pra dar início ao pré natal. Antes disso, conversei com algumas amigas que são mães e pedi indicações de médicos obstetras. Assim eu me sentiria mais segura. Tive muitas indicações, mas para minha infelicidade, meu plano não aceitava em nenhum desses lugares.

Pra minha sorte, o pai de uma grande amiga é médico obstetra, ele já não atua mais na area, mas me recomendou um amigo. Ótimo, estou em boas mãos.

Agendei a consulta e fui.

Criei bastante expectativa de como seria, pensei até que sairia uma possível ultra. Mas foi bem prático: eu disse a data minha última red, calculamos que eu estaria com 9 semanas, informei sobre o que sentia, disse que era meu primeiro filho, comentei sobre um pequeno sangramento, ele auferiu minha pressão, examinou, prescreveu alguns remédios (vitaminas, medicamentos para dor e enjôo) e solicitou váaaaaarios exames.

Voltei com as mãos cheias de requisições.
Ah, e gostei do médico. Super tranquilo, educado e tal. =)

Com  as requisições em mãos fui autorizar os exames. E como tudo que é pelo plano, consegui marcar a ultra só pro dia 19. Isso mesmo, vou esperar mais de 15 dias.

Confesso que antes eu não estava ansiosa com esse exame. Mas agora sim. Me preocupo em saber como está meu filho. Quero saber se dentro das semanas quantificadas ele está indo bem, se o coração já bate normalmente, se já tem as maõzinhas e pés se formando. Eu quero saber se ele está seguro, saudável e do que precisa pra ficar melhor.

Começo a entender as preocupações de mãe. Não que antes eu não entendesse, porque muito embora não fosse mãe, sempre compreendi as renúncias e preocupações. Mas sentir tudo isso é bem diferente, é muito mais pesado, PORQUE NÓS SOMOS RESPONSÁVEIS POR ISSO.

Enfim, além da requisição da ultra, também fiz urocultura e colhi sangue para diversos tipos de exames, inclusive HIV. Isso nos deixa tensas, não é? A gente nunca imagina que vai precisa fazer um exame desse. Nunca fui buscar o resultado, mas por medo, confesso, que por outra coisa. Impossível para qualquer ser humano não se intimidar com esse tipo de exame.

Como os outros resultados só saem dia 11, tô deixando pra buscar tudo junto. A ultra, marcada pro dia 19, tem me deixado ansiosa. Isso significa que só vou retornar ao médico, com todos os exames em mãos, depois do dia 20.

Até lá estarei apreensiva, isso é inevitável. Mas oro pra que Deus me abençoe, pra que eu me acalme e pra que corra tudo bem, por quanto mais o tempo passa, mais vai crescendo o sentimento que me liga ao meu filho.

Nesse exato momento, isso é indescritível.

Beijos e até a próxima.






2 comentários:

  1. É normal sentir esse medos, essas inseguranças, ter essas preocupações. Tbm só relaxei um pouco mais depois da 1ª ultra. Quando vc ouvir o coração...é mágico. Beijos

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  2. É vdd... Um turbilhão de emoção! Ficamos ansiosas demais (eu principalmente é meu defeito) mas mantenha a calma e que tudo vai dá certo em nome de Jesus! Bjos!!!!

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