quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Últimas consultas, parto autorizado

Gente, conforme combinado, cá estou a escrever antes do parto. A diferença é que no lugar de duas postagens, vai rolar só uma.

Isso porque nossa previsão eram de duas consultas antes da cirurgia, mas acabou que só tive mais uma ( a próxima já é a internação). Então vou aglomerar tudo em um texto só.

No último post eu disse que tinha uma consulta no dia 09/08. E tive. Estava eu lá no consultório bem cedinho. Enquanto aguardava, fui ao banheiro algumas vezes (normalíssimo nessa reta final) mas fiquei desesperada quando olhei pro vaso sanitário e vi SANGUE!

Sabe quando estamos menstruadas e quando fazemos xixi vem tudo junto? Pois é. Foi assim.

Pensei: minha bolsa estourou! Graças a Deus que estou na maternidade.

Saí do banheiro lacrimejando e comuniquei a recepcionista que precisava ser atendida urgente. E fui.

Dr. Genésio perguntou quando esse sangramento havia começado e se eu sentia dor. Respondi que não sentia absolutamente nada. Se não verificasse o vaso antes de dar descarga nem saberia que havia sangrado. E havia começado ali, naquela manhã.

Ele me mandou deitar e pro meu desespero colocou a luva. Precisava fazer o TOQUE. Era necessário saber se eu estava dilatando, se havia dado início ao trabalho de parto.

Incomodou. Doeu. Reclamei. Mas deu tudo certo. A única coisa errada é que na luva não veio uma gota de sangue e que não havia 1% sequer de dilatação.

De onde estava vindo aquele sangue?

Fui ao banheiro mais algumas vezes e em todas elas o sangramento me acompanhava.

Ele pediu que eu fizesse um ultra-som imediatamente. Fiz.

Tudo certinho com a Maysa. Batimentos cardíacos normais, placenta ainda longe do útero, respiração ok, movimentos ok. O médico ainda disse que ela está gordinha (3,42) e tem muito cabelo (ainnn lacinhos mil em casa).

Não foi detectado hematoma, tumoração ou qualquer outra coisa que fizesse menção ao sangramento.

O médico disse que poderia ser início do trabalho de parto, que em uma primegesta( mãe pela primeira vez ) como eu, poderia levar horas ou até mesmo 10 dias. Isso se desdobraria em pequenos sangramento e nas famosas contrações de treinamento ( que se eu já senti não soube identificar).

Outra possibilidade seria ela ter "descido" , encaixado mais, e aí acabou por pressionar o útero e romper algum vasinho.

Dadas as explicações do médico, Dr. Ricardo, fui levar o resultado pro Dr. Genésio.

Ele já não achou que isso seria início do trabalho de parto, considerou mesmo a hipótese de haver rompido um vaso.

Pediu pra que eu mantivesse a calma e observasse os dias consecutivos, se teria mais sangue ou alguma dor se manifestaria.

Voltei pra casa insegura, mas considerando a palavra dos especialistas. Se houvesse alguma coisa de grave eu teria ficado logo por lá.

O sangue persistiu ao longo do dia. E eu, desesperada, mandava WhatsApp pro médico sempre que ia ao banheiro.

Informei que em dado momento veio até um coágulo. Ele ficou monitorando pelo telefone e já à noite resolveu pedir que eu fosse pro consultório pela manhã bem cedo.

Meu Deus, vou parir amanhã! Pensei.

E foi aquela correria. Coloca o kit berço, confere a mala de Maysa, organiza minha mala, guarda as lembrancinhas, vai encher balão, comprar refrigerante. Gente, corre com o licor! Encomendem rosas, não esqueçam as taças, coloquem as areinhas no forno.

Ufa! Cedinho lá estava eu e Mayco no carro. Ele perguntou como eu me sentia. Por incrível que pareça, eu estava tranquila. Sem medo, sem estresse, sem dor. Eu me sentia preparada pra receber minha filha. E isso ia de encontro a todo meu histórico de depressão e ansiedade, que dificultou muito minha gestação, como descrito em posts anteriores.

Mais uma vez Dr. Genésio pediu que eu deitasse, mediu minha barriga e chamou a atendente. Pediu um espéculo. Aquela coisa que usam quando vamos fazer preventivo.

Aquilo doeu mais que o toque. C-R-I-S-T-O!

Mais uma vez, nada de errado. Tudo certo, útero limpo. Só não vimos o colo. O sangue pode ser de lá.

A incerteza da razão desse sangramento é que me incomodava. Mas ele disse pra eu relaxar. Era uma quinta-feira e ele pediu que voltasse lá na segunda. Manteve a previsão de parto pro dia 22/08.

Os dias se passaram e o sangue persistia. Paralelo a isso, um nervosismo extra começava a aflorar. Falta de ar, dificuldade pra me manter sentada, deitada. Concentração zero, inchaço a mil ( inclusive as pernas ). Pés doloridos, mãos sem força. E azia, azia pra dar e vender. E agora não tem Mylanta que dê jeito. Não passa. Simplesmente não passa. Queima até cansar. Além disso, notei um corrimento. É branco e não tem cheiro. Li que às vésperas do parto é bem normal, já que o bebê se prepara pra nascer e libera o muco. Ok, tá explicado.

No sábado o sangue resolveu dar uma trégua, mas isso não durou nem um dia inteiro, a noite lá estava ele dizendo: olha eu aqui! Hunf

O estranho é que eu não preciso usar absorvente ou protetor de calcinha, ele não desce aleatoriamente. Só vem quando faço xixi. E numa intensidade diferenciada: às vezes um pouco menos, outras um pouco mais. Nunca exageradamente. Mas o suficiente pra deixar o vaso rosado ou vermelho.

Enfim, na segunda, mais precisamente antes de ontem, retornei ao Dr. Genésio, conforme solicitação. A primeira coisa que eu disse é que ficaria imensamente feliz se ele dissesse: vamos fazer esse parto agora! Ahhahahahaha

Isso devido aos incômodos de fim de período. Óbvio que quando penso que ela está prestes nascer já sinto falta da barriga - dá vontade de abraçá-la de fora pra dentro e mantê-la aqui por tempo indeterminado.

Mas por outro lado, ficamos cansadas, absolutamente limitadas: a barriga pesa, dói as costas, a lombar, os pés. Os inchaços incomodam. Uma simples saída de carro já se torna inconveniente. Achar uma posição pra dormir é uma caça ao tesouro. Mas graças a Deus que esses últimos dias eu tenho conseguido, já que passei em torno de uma semana vendo anoitecer e clarear, com uma insônia terrível.

Os movimentos dela continuam intensos. Tem hora que parece que não vai parar, como agora. Fica de um lado pro outro, chuta minhas costelas, soca meu assoalho pélvico e desdobra minha barriga em ondas voluptuosas. Às vezes tenho a impressão de que consigo tocar os pezinhos dela. Fica aquele negócio bem protuberante, quando eu coloco os dedos consigo sentir aquele bolinho. É incrível!

Andar, até mesmo dentro de casa, é cansativo. A maior parte do tempo quero minha cama. Tenho travesseiros espalhadas por toda ela, pra onde eu virar tem onde me encostar.

Mas o que me faz dormir mesmo é colocar o edredom em cima de Mayco, é como se eu recheasse ele ou forrasse. Isso dá volume. Então deito sobre, do lado esquerdo, e o abraço. E assim, de lado, eu consigo dormir. Ainda bem que ele não se incomoda.

Sem contar que pra levantar eu preciso acorda-lo e dizer: me empurra!
Sozinha não dá. Ficamos sufocadas. Por isso que não deito na rede, porque pra levantar preciso de ajuda. E quem vai me ajudar a cada 5 min se preciso ir ao banheiro?

Mas voltando lá pra consulta de segunda, pra minha felicidade e tensão, um paradoxo profundo, Dr. Genésio disse: vou fazer a tua requisição de cesárea e você já vai autorizar. Perguntei: pra que dia? Ele disse: sexta, dia19/08. Esteja aqui às 06 da manhã.

Ooooh! Ainnnnn! Aaaah!

Não era o que eu queria? Pois comecei a tremer na base, me senti pequena, despreparada.

Mil coisas passaram na minha cabeça. Mas eu tentava a todo custo evitar as coisas negativas. Eu fixava meu pensamento nela. Quando vê-la pela primeira vez vou dizer: então era você que estava aqui? Rs

Parto marcado, autorizado. Malas prontas. Mamãe ansiosa, sonolenta, nervosa, feliz.

Na próxima postagem eu conto como foi, o que senti, quem estava lá. Na próxima postagem eu descrevo Maysinha.

E o blog continuará não mais com as narrativas de uma grávida, mas com as confidências de uma mamãe de primeira viagem.

Até a próxima!












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