segunda-feira, 11 de abril de 2016

Gravidez não é doença

Perdi as contas de quantas vezes já ouvi - "gravidez não é doença".

Eu não sei se quem fala isso é ignorante ou pensa que somos burras. Tô confusa!

Esse tipo de comentário me deixa absolutamente triste - é lamentável ver que, em pleno século XXI, as pessoas não se conscientizam e continuam por aí falando bobagens.

Imagina se não tivéssemos tecnologia de ponta.

 Hoje, a qualquer hora do dia, somos informados de uma centena de notícias, inclusive mundiais.

Quem acompanha jornais, manchetes de tv e dedica um pouco do seu tempo a internet, deve ser bem informado.

Pra mim, é um verdadeiro insulto ter que ouvir isso!

Ninguém disse que gravidez é doença. Eu, pelo menos, nunca soube dessa afirmativa.

No entanto, é um estado mais delicado da vida mulher - o corpo e o organismo passam por grandes transformações, desde o crescimento dos seios e da barriga, até a frequência cardíaca, a circulação e outras coisas mais.

Não é a toa que as gestantes fazem parte das prioridades, do grupo preferencial.

É claro que, como todos, cada gestação é diferente - algumas mulheres passam incólume por esse período, outras sofrem a gravidez inteira e algumas outras apresentam sintomas esporádicos.

Eu pergunto - você é igual a mim? Não. Claro que não. Olhos, cabelo, cor da pele, sexo, sotaque, preferências, cada um é de um jeito. E essa variável também faz parte da gestação.

Outro dia fui me vacinar em um posto de saúde da rede pública. A fila, como de praxe, estava enorme. Gestantes, crianças e idosos tinham preferência. E aí eu ouço: "se alguma grávida passar na minha frente eu saio quebrando tudo aqui dentro. Eu não sei desde quando gravidez é doença. Quero ver colocarem alguém na minha frente!"

Eu olhei pra cara daquela cidadã e me perguntei se valia a pena responder. Cheguei a conclusão que não. Pessoas que gostam de chamar atenção querem público que é pra fazer um espetáculo a parte. Eu poderia descrever mil leis pra ela e toda Constituição, seria em vão. Não valia o meu tempo.

Parece que todo mundo pensou do mesmo jeito e não deu a mínima. Resultado - fomos atendidas e ela ficou lá, rodeada de ignorância.

Deve ser por isso que o mundo está de cabeça pra baixo: milhares de pessoas, a exemplo dessa mulher, ignoram as leis, o bom senso, o respeito e a educação.

Talvez chegue o dia em que as pessoas parem de estacionar nas vagas dos idosos, deficientes e grávidas. Talvez essas pessoas comecem a levantar nos coletivos quando virem entrar os preferenciais. Quem sabe elas chamem as prioridades que não estão atentas aos seus direitos nos finais da fila.

Talvez. Quem sabe.

Enquanto isso, vamos desmitificando mitos.




2 comentários:

  1. Verdade... infelizmente.... como a minha barriga ainda não está tãooo notável, pra te ser sincera nem peguei fila preferencial ainda, justamente pela ignorância e olhar de reprovação das pessoas.... mas o que mais se vê é isso... estacionamento de supermercado nunca vi alguém respeitar a vaga de idoso.... infelizmente.... abraços

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  2. Vdd... Passei por esse desconforto tb. Mas em filas de banco ou de pagamento de alguma loja. As pessoas me olhavam com maus olhos como se dissessem: Olha a espertinha engravida para depois está passando na frente dos outros... e por aí vai! Só sabe quem já foi ou é gestante. Bjos!

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