quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A descoberta

Organizada que sou, tinha um calendário menstrual no celular, o famoso Clue - ótimo por sinal - era por meio dele que eu acompanhava meu fluxo, dias férteis e etc e tal.

Segundo o Clue, minha próxima menstruação viria no dia 26 de dezembro, data exata da nossa viagem para João Pessoa. Há dois meses havíamos programado que passaríamos o ano novo com a minha família e esticaríamos um pouquinho para descansar.

Pois muito bem, não veio menstruação. E eu nem me assustei. Achei bom, já que pude aproveitar as praias de Jampa sem impedimentos.

Logo meus seios começaram a ficar doloridos, bastante doloridos. Claro, estava previsto que isso aconteceria. Eu tinha sido abençoada por atrasar um pouco, assim pude curtir um pouco a viagem. Agora ela poderia vir, tudo bem. Mas não veio.

Meus seios ficaram sensíveis ao extremo - eles doíam até quando a água batia e até mesmo enquanto eu caminhava.Esse não era um sintoma comum de tpm, estranhei.

Em seguida, comecei a ter cólicas pontuais - sentia umas pontadas muito fortes, mas elas não duravam mais que 30 segundos. Tinha alguma coisa errada.

Perto de retornarmos comecei a rejeitar tudo que gostava, inclusive camarão, que eu havia feito a maior questão de comprar.

Regressamos para São Luís e, junto a nós, uma vontade de ir ao banheiro constante, além de uma indisposição incrível. Quatro dias depois pedi um teste. Ele comprou e me deixou em casa. Eu disse que mandaria um whatsapp com o resultado (bendita seja a tecnologia).

Tudo que consegui fazer ao entrar em casa foi deitar. Eu queria comer, mas não tinha disposição. Queria tomar banho, mas faltava força. Joguei o teste de lado e fiquei no celular. Minha bexiga apertou e eu pensei: vou logo fazer isso.

Mas a experiência de um teste negativo me anulou durante um tempo: eu não queria me frustar outra vez. Se desse negativo, eu me recusaria intermitentemente a comprar testes em casos de dúvida.
Pensar nessa frustração acabou por me dar coragem: era mais um negativo, eu não estava grávida e dane-se, os dias seguiriam normalmente.

E aí fui fazer xixi naquele pote "enorme". O sofrimento já começa daí - pontaria zero.
 Ok, consegui o suficiente. Dizia nas instruções: deixe o palito imerso por 1 minuto, se aparecer a segunda lista é positivo, em caso de uma, negativo. Observei.

Assim que coloquei a paleta no pote apareceu um risco rosa e não muito tempo depois começou a formar-se o segundo risco. Era ele aparecendo e eu colocando a mão na boca. Olhei para aquelas duas listinhas, olhei pro espelho, pro celular, de novo o espelho, de novo pro teste. Peguei as instruções, li outra vez. Li a capa. Pesquisei na internet e vi que era verdade: duas listas = positivo.

Tive uma descarga elétrica - chorei. Não era um choro convulsivo, mas lágrimas nervosas, de quem não acreditava. Alguém precisava ver aquilo.

Liguei pro meu namorado, demorou a retornar. Precisava falar com alguém. Liguei pra minha mãe, ela ligou. " Mãe, tenho que te contar uma coisa". Ela: o quê? fala logo, não me deixa nervosa. Fui direta: tu vai ser avó de novo!

E começou aquela coisa de não acreditar, se emocionar e tal. Nesse ínterim, o namorado liga. Eu, nervosa, conto pra ele. Do outro lado da linha escuto: sério? Não, tô super brincando, pensei. Mas respondi: sim, é sério. E ele me pergunta porque estou chorando...

Combinamos que faríamos o exame de sangue logo cedo, assim não teríamos dúvidas.
Dormi abraçada com as minhas inquietações, me perguntando quais as possibilidades daquele exame está errado.

Pela manhã, fomos ao laboratório. Depois de um tempo de espera, vi retirarem meu sangue, O resultado estaria pronto às 13:00h.

Era dia 15 de janeiro. Eu descobri que estou grávida.

E aí?

Um comentário:

  1. Ai que emoção. É um misto de sentimentos. Eu não consegui chorar...fiquei em choque...caminhava sem direção...sem pensar...só pensei q tinha que ir ao shopping comprar algo de bb pra fazer a surpresa pro marido. heheh

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