Agora eu só escrevo assim, em agrupamento.
Gente, mas quem tem um bebê em casa sabe: não é fácil não, quanto mais eles crescem, mais aprendem e mais ativos ficam. Paralelo a isso, nós não paramos: nosso tempo " a sós" diminui drasticamente.
E isso reflete inclusive aqui, nas postagens - não consigo mais me concentrar pra escrever com agilidade. O tempo que me sobra quero descansar ou aproveitar um pouco o marido ( não podemos deixar de lado nossa vida conjugal, mas falo disso em outro post).
É verdade que eles também já estão mais " independentes", a introdução alimentar nos possibilita isso. Já consigo, por exemplo, deixar ela com algum familiar pra fazer compras, ir ao médico e etc.
Mas não dá pra abusar. Eu deixo quando realmente necessário. Se ela pode ir, vai também. Só quando não dá mesmo. Até porque quando saio sem a Maysa quero logo voltar. Sinto uma falta imensa! Além do que vários medos me assolam: e se acontecer alguma coisa com ela e eu não estiver perto? E se me minha filha sentir minha falta desesperadamente? E se não conseguirem acalenta-la? E se ela tiver medo de ficar sem mim? O que se passa naquela cabecinha quando eu saio?
Mas sim, isso é algo que deve ser trabalhado. E também acho que é muito natural. Vejo muitos relatos de mães que sofrem quando retornam ao trabalho ou quando os filhos começam a ir pra escola. Acho que é uma coisa que, em dado momento, todas nós experimentaremos. Faz parte do ciclo.
De cansada eu passei para exausta. Mas não reclamo. Tem gente que encara desafios muito maiores. Eu apenas relato o lado B da maternidade, porque ele também existe.
Quando você sonhar em ter filhos não pense naquele comercial de margarina: a família feliz, todo mundo limpinho, a casa arrumadinha, o cachorro comportado.
Tsc! Tsc! Tsc!
Não é assim.
A verdade é que a casa nunca mais fica arrumada. Tudo bem, você pode tentar. Eu tentei. Mas desisti. Desisti no instante em que vi que não valia mais a pena lutar contra uma nova realidade. Eu não moro mais sozinha. Eu não sou mais solteira nem tampouco ainda vivo com minha mãe.
A minha realidade agora é um marido, uma bebê e um cachorro. Porque bater de frente com isso?
Claro que não deixo a minha casa um chiqueiro. Não é isso. É só que você não tem mais uma sala organizada, com controles em cima do móvel e almofadas no lugar. Então eu tenho brinquedos sob a mesa, carrinho no meio da cozinha, a Pepa na bandeja de café, a Elsa na minha cama e as roupas do marido espalhadas por onde ele passa.
Quando eu acho uma brecha saio catando tudo, mas já não me irrito com isso. Não dá!
Positividade, ok? Ok.
A Maysa agora passa muuuuuito mais tempo interagindo. O número de cochilos diminuiu e a intensidade deles também. Inclusive, há dias em que ela nem mesmo cochila, dorme só a noite.
E eu, como é que fico? Daquele jeito lá, exausta.
Como ela interage bastante, brincamos muito. Mas tem hora que queremos dormir, tomar banho, ir ao banheiro, conversar com alguém. Mas não dá. Nessa fase não podemos tirar o olho, basta um segundo pra que aconteça um acidente.
Outro dia eu estava com um chiclete na boca enquanto trocava a fralda dela. Ela bateu com os pezinhos no meu rosto e o chiclete caiu - caiu dentro da boquinha dela! Quando eu vi ela estava com um chiclete enorme na boca! Foi surreal! Tava na minha boca, agora tava ali na dela. Peguei aquele chiclete com a maior velocidade que pude. Gritei meu marido pra que ele a segurasse enquanto lavava minhas mãos, que ficaram grudadas daquela coisa liguenta.
Não foi distração. Não foi desleixo. Foi um acidente. Então quando dizem que crianças cegam, é porque cegam mesmo.
Outra coisa que me assustou foi uma saída que demos sábado passado. Nos finais de semana costumamos sair em família, pra almoçar, jantar ou qualquer coisa assim.
Então estávamos num restaurante. A Maysa no carrinho. Mas ela já estava irritada de ficar ali. E a comida chegou. Sempre que comemos revezamos, cada um fica com ela pra que o outro coma. Mas nesse dia achamos um banana de brinquedo e ela ficou bastante distraída com aquilo. Oba! Vamos comer juntos. Eu só ouvi a tosse. Olhei pro lado e vi que faltava um pedaço da banana. Tirei ela do carrinho às pressas, coloquei de cabeça pra baixo e ela tossindo. Meu marido disse: ela está com um pedaço da banana na boca, eu to vendo. Entreguei ela pra ele e puxei aquele pedaço de isopor dela. Meu Deus! Fiquei trêmula por alguns minutos.
Obrigada por não ter acontecido nada demais, meu Deus! Foi só o que consegui pensar.
Então é assim: por muito tempo viveremos em função deles. Primeiro eles. Estejamos cansadas, com fome, com frio, apertadas. Eles, sempre.
Dizem que a vida nunca mais é a mesma depois que temos filhos. E não é, eu concordo em gênero, número e grau.
A Maysa bate palminhas o dia todo. Depois que aprendeu já acorda assim, até mamando e pegando no sono ela tá batendo palminhas.
Também já fica em pé sozinha e ensaia os primeiros passos. Se ela achar algum lugar em que possa se apoiar certamente ficará em pé. E fica lá achando graça, segura com uma mão só, depois com a outra, até as pernas cansarem e ela se jogar.
Não tenho hábito de colocá-la no chão, por mais que as pessoas digam: deixa, que frescura!
Acho que se eu fizesse isso ela já estaria engatinhando. Mas tenho medo. Ela tem uma mania de se jogar pra trás do nada. E é com força. Na cama tudo bem. Mas no chão machucaria muito.
Ganhamos um tapetinho, mas como ele é pequeno ainda não é funcional. Preciso comprar mais peças pra encaixar.
Ela também tem um cercado, mas preciso mandar fazer um colchaozinho pra que ela não se machuque.
Não entendo como um negócio daquele que é feito pra crianças vem cheio de ferro embaixo. Se eu não forrar ela se machuca inteira, na verdade nem consegue se apoiar. E olha que eu tentei forrar com almofada, edredom e tudo que tinha aqui. Mas não teve jeito, tenho que mandar fazer o colchão mesmo.
O cercado e ótimo! Vai me ajudar muito quando eu mandar fazer esse bendito colchão. Lá eu posso me despreocupar que ela não vai pular, não vai sair e etc.
Enquanto isso seguimos brincando na cama e dentro do berço, que já está mais baixo, já que ela fica em pé e quer escalar.
No 7 mês os dentinhos superiores começaram a despontar. Eu havia lido que eram os dentes que mais incomodavam pra descer. Não sei se foi porque ela sofreu muito com os de baixo e eu acostumei ou se realmente com esses ela não sentiu muita coisa. O que sei é que foi mais tranquilo. Ela ficou irritada, querendo morder tudo. Mas não chorava copiosamente como no nascimento dos dois primeiros.
Teve dois dias de febre, que coincidiram com um resfriado. As fezes mais frequente. Passamos um fds difícil. Mas aí nasceram não dois, mas 4 dentinhos superiores. Então agora temos 6. O sorriso mais lindo desse mundo!
E eu pensei que ela fosse ficar uma vampirinha, porque o dentinho que apareceu primeiro foi o da lateral ( esqueci como se dá o nome da posição dele). Mas não, vieram logo os 4, um atrás do outro, da direita pra esquerda, respectivamente.
Outra coisa que faz uma diferença enorme agora é que pra dormir à noite não basta mamar, tem que brincar. Ela pega no peito, rola por cima de mim, vai pra perto do pai dela, bate palminhas, canta, fica em pé, volta e pega o peito de novo, passa de um pro outro, solta, conversa, rola na cama, puxa o cordão do papai, pega os controles, o celular, mama de novo, conversa mais, rola de novo e por aí vai. Esse lenga lenga pode durar mais que uma hora.
Ela também começou a estranhar as pessoas e querer ficar no meu colo direto. Por exemplo, ela está tranquila no colo de alguém, mas basta me ver pra começar a reclamar o meu colo. Ela aprendeu várias formas de me chamar a atenção: faz um chorinho forçado, funga, me segue com os olhos, abre os bracinhos. Isso sim é muito, muito fofo!
As refeições continuam na mesma linha: mama quando acorda, lancha uma frutinha, almoça sopinha, lancha frutinha ou suco, janta sopinha e mama pra dormir.
Mas tem dia que não pra seguir a regra. Há exceções. Tem dias em que ela dorme até tarde e então não lancha, vai pra sopa direto. Ou lanchou tarde e não quis a sopa. Ou mamou muito e não quis comer. Não quis a sopa da noite eu faço um mingauzinho antes de dormir.
Antes eu enlouquecia se ela pulasse uma dessas refeições. Agora não. A gente não pode ter o controle de tudo o tempo todo, ok? Ok.
A gente se esforça, faz o que pode, mas tem coisas que não podemos controlar. E isso não vai nos fazer menos mãe que qualquer outra. Todas nós enfrentamos desafios diariamente. E aprendemos com eles.
A pediatra deve acrescentar mais coisas a dieta dela nessa próxima consulta, prevista pro dia 15.
Então é isso. Vou aproveitar pra cochilar um pouquinho enquanto ela dorme também.
Beijos e até a próxima.